Physical activity and gestational weight gain: a meta-analysis of intervention trials
I Streuling et al.
I Streuling et al.
Atividade Física e ganho ponderal gestacional: meta-análise de estudos controlados.
BJOG:2010 (07 Dez); 118: 278 - 284
Relatora R1: Fernanda P Rozental |
Classificação de Evidência: A
INTRODUÇÃO
O ganho ponderal excessivo na gravidez é associado a numerosos resultados desfavoráveis, tais como DMG, DHEG, complicações durante TP e parto e macrossomia. É também associado com retenção de peso materno no pós-parto e aumento do índice de massa corporal (IMC) dos filhos na infância, adolescência e no adulto jovem. Diversos fatores não modificáveis influenciam no ganho ponderal excessivo na gravidez: IMC pré-gestacional, idade, altura e paridade materna e nível sócio-econômico. Mas como o ganho ponderal na gravidez é resultado de constante balanço energético positivo, pode ser modificado por dieta ou atividade física.
MÉTODOS
Artigos relevantes foram identificados em pesquisas eletrônicas nos sites MEDLINE (1950 – 2009), Cochrane (2009), entre outros. Pesquisa na literatura foi feita entre Abril e Setembro de 2009, e foi atualizada em Outubro de 2010.
Como as intervenções nos estudos pode ter sido diferente no tipo, intensidade e/ou duração do exercício, a energia gasta foi avaliada por MET´s (metabolic equivalents):
– 1 min caminhada = 3-4 METs
– 1 min ciclismo = 8 METs
RESULTADOS
Estudos incluídos:
Foram identificados inicialmente 1380 artigos. Vinte e três estudos foram considerados relevantes e finalmente, 12 estudos controlados randomizados foram selecionados para a análise (4 dos EUA, 2 do Irã, 1 da Espanha, 1 da Austrália, 1 da Nova Zelândia, e 3 do Brasil). Ao todo, foram selecionadas 1073 mulheres, e destas, 906 terminaram o estudo. Em todos os estudos foram selecionadas somente gestantes de baixo risco.
Intervenções:
Variaram na intensidade, duração (10 – 32 semanas) e tipo de atividade. No geral, as gestante se exercitaram cerca de 3x/smn por pelo menos 20 min a 1 hora (aeróbica, corrida, ciclismo, hidroginástica ou musculação).
Resumo dos resultados:
Sete estudos relataram uma tendência a menor ganho ponderal gestacional no grupo que se exercitou, o que foi significativo em um dos estudos (p<0,05).
DISCUSSÃO
Essa meta-análise baseada em estudos controlados para aumentar a atividade física na gravidez mostrou uma significante diminuição na média de ganho ponderal gestacional nos grupos caso em comparação aos grupos controle.
Ganho ponderal excessivo na gravidez está diretamente associado a resultados desfavoráveis tanto na mãe quanto nos filhos.
Oken et al. relatou aumento no risco de macrossomia (mulheres com peso normal OR 1.29 x 1.43 mulheres com sobrepeso), retenção de peso materno no pós-parto > 5Kg em 1 ano (mulheres com peso normal OR 1.68 x 1.97 mulheres com sobrepeso), e obesidade dos filhos com 3 anos (mulheres com peso normal OR 1.16 x 1.35 mulheres com sobrepeso) por 0,1Kg de ganho ponderal gestacional por semana, correspondendo a 4Kg de ganho ponderal gestacional em 40 semanas.
Os achados desse estudo indicam uma potencial redução no ganho ponderal gestacional de apenas 0,6Kg através das intervenções dos estudos.
Mas é provável que qualquer tentativa de reduzir o ganho ponderal gestacional para se evitar ganho ponderal excessivo durante a gravidez tenha relevância para a população.
Como dieta é difícil de ser quantificada, essa revisão focou exclusivamente no potencial efeito da atividade física.
Intervenção combinando atividade física e conselhos sobre dieta parecem ter sucesso.
CONCLUSÃO
Em resumo, essa revisão de estudos controlados sugere que atividade física durante a gravidez pode ser uma estratégia de sucesso na restrição do ganho ponderal gestacional.
QUESTÃO
Segundo esta metanálise, são consequências possíveis do ganho ponderal excessivo na gravidez, EXCETO:
a) Doença hipertensiva específica da gravidez
b) Período pélvico prolongado
c) Aumento do índice de massa corporal (IMC) do filho na adolescência
d) Perda gestacional de repetição
Nenhum comentário:
Postar um comentário