sábado, 2 de abril de 2011

CASO RARO: Gravidez nas fímbrias tubárias com RN vivo !!!!

Gravidez ectópica fimbrial avançada resultando em nascido vivo

Advanced Fimbrial Ectopic Pregnancy Resulting in Live Birth
Papa Dasari, M.D., D.G.O., F.I.C.O.G., Karthiga Prabhu, M.D., and Devender Kumar, M.D.
JOURNAL OF GYNECOLOGIC SURGERY Volume 26:57-61, Number 1, 2010.

Relatora: R2 Christina Reis Pereira

Nível de evidência: C

Resumo:

Gravidez avançada fimbrial resultando em nascido vivo é uma entidade muito rara e apenas 1 caso foi relatado na literatura.

Caso: Multípara de 30 anos, sem fatores de risco para a gravidez ectópica, submeteu-se a interrupção médico-assistida de uma gravidez de 5 semanas e 5 dias e esterilização laparoscópica imediata. Apresentou sangramento mínimo durante 2 dias após o procedimento, evoluindo com vômitos recorrentes e febre.
Foi internada em outro hospital com o mesmo quadro cerca de 3 meses depois. Feito diagnóstico de febre tifóide, tratada e liberada.
Posteriormente, quando começou a sentir movimentação fetal, procurou um ginecologista que realizou uma ultrassonografia e diagnosticou uma gravidez intra-uterina de 32 semanas em apresentação pélvica e oligoidrâmnio.
Encaminhada para a nossa Instituição (Department of Obstetrics and Gynecology, JIPMER, Puducherry, India), encontrava-se ligeiramente pálida e com partes fetais palpáveis superficialmente em um abdômen compatível com 32 semanas. A ultrassonografia (USG) confirmou gravidez abdominal de um feto vivo em apresentação pélvica de 33 semanas, sem qualquer anomalia.
Durante o seguimento conservador, ela teve uma dor súbita no abdômen com taquicardia, e a gravidez foi interrompida por laparotomia de emergência. O feto estava vivo na posição transversal na cavidade peritoneal e pesava 2,8 kg e tinha uma assimetria mínima do lado direito do crânio.
A placenta estava implantada na extremidade da fímbria da tuba uterina esquerda e seu fornecimento de sangue  do ligamento proveniente infundíbulo-pélvico.

Conclusões:
Este caso ilustra que, se não for cuidadoso o rastreamento da tuba uterina em todo o seu comprimento no momento da esterilização, uma gravidez ectópica pode ser ignorada, podendo ser fatal.
Também é essencial realizar uma USG transvaginal antes da interrupção de uma gravidez precoce, para evitar que isso aconteça.
O início da dor abdominal e taquicardia denotam a ruptura da bolsa amniótica em casos da gravidez abdominal com tratamento conservador, e deve-se realizar uma laparotomia imediatamente para salvar o feto e evitar uma hemorragia materna, uma vez que a separação da placenta pode ocorrer após ruptura do saco amniótico, em alguns casos.

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